sexta-feira, 11 de junho de 2010

Poliomielite no Brasil



A situação da poliomielite no Brasil
(http://saude.hsw.uol.com.br/poliomielite4.htm)


­­A poliomielite foi considerada erradicada no mundo e no Brasil em 1994, 19 anos depois de a epidemiologia da poliomielite ter começado a ser estudada no Brasil. Até a década de 1980, como a cobertura vacinal era muito baixa, a poliomielite era muito freqüente no país (em torno de 2.300 casos por ano). A partir de 1980, o Brasil passou a utilizar a estratégia das campanhas de vacinação com mudança desse quadro. O número de casos confirmados começou a cair muito acentuadamente a partir do início da década de 80 chegando a 45 casos notificados, em 1983. A mortalidade também caiu bastante e a letalidade (número de casos que morreram entre todos os que apresentaram a doença) ficou em torno de 14%.­
­­Em 1986 ocorreu uma epidemia de poliomielite pelo poliovírus tipo 3 na Região Nordeste. A investigação epidemiológica mostrou que o problema estava na vacina contra o sorotipo 3 utilizada na época e que não fornecia proteção suficiente contra esse sorotipo. A vacina foi modificada com aumento da sua eficácia. A partir desse ano o objetivo foi o de erradicar a transmissão autóctone do poliovírus selvagem no país como já havia acontecido em outros países. A última vez que o poliovírus selvagem foi isolado no país foi em março de 1989.

As grandes campanhas de vacinação no Brasil são feitas com a vacina Sabin que também faz parte do calendário básico de vacinação das crianças no país. O esquema preconizado consta de:




  • três doses básicas, no segundo, no quarto e no sexto mês de vida,


  • um reforço seis a doze meses após a terceira dose e


  • outro aos cinco ou seis anos de idade.

A vacina utilizada é a vacina oral de vírus vivo atenuado, contendo os três sorotipos do poliovirus. A vacinação de indivíduos imunodeprimidos deve ser feita com a vacina de vírus inativado.
Complementando a vacinação de rotina, o Ministério da Saúde promove anualmente, desde 1980, dias nacionais de vacinação contra a poliomielite, vacinando as crianças menores de 5 anos, independente das doses anteriores, objetivando, além do aumento da cobertura, a disseminação do vírus vacinal na comunidade.

Notificação de casos


Qualquer caso suspeito de poliomelite deve ser notificado, imediatamente, ao serviço de Vigilância Epidemiológica da região onde o paciente foi atendido ou à Central de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde (telefone 0800 55 54 66). Isso inclui todos os casos de paralisia flácida aguda em menores de 15 anos e, em pessoas de qualquer idade, quando a suspeita diagnóstica for poliomielite.

Deve-se fazer uma investigação cuidadosa junto aos familiares com o objetivo de levantar dados da história, sinais e sintomas iniciais, antecedentes de vacinação e evolução do caso. É fundamental obter informações referentes a contato com casos semelhantes e a viagens realizadas nos últimos 30 dias antes da instalação da paralisia. Há risco de reintrodução do poliovírus selvagem, devido à ocorrência de casos em países com grande fluxo migratório para o Brasil, por isso há necessidade de investigação de casos suspeitos de pessoas vindas de paises onde a poliomielite não foi erradicada.

Cuidados


­A vacina Sabin não deve ser administrada aos indivíduos com imunodepressão grave, pois há relatos de disseminação do poliovírus atenuado podendo levar à instalação de paralisia até 6 meses após a administração da vacina oral.

Indivíduos normais podem excretar o poliovírus atenuado em suas fezes até 4 a 6 semanas após terem recebido a vacina oral contra a poliomielite. Recomenda-se, por isso, que os imunodeprimidos e seus contactantes sejam vacinados com a vacina inativada de potência aumentada contra a poliomielite (VIP). Se um contato domiciliar de pessoa portadora de imunodeficiência for inadvertidamente vacinado com a vacina oral, deve-se evitar o contato físico com o indivíduo imunodeficiente por, pelo menos, 4 a 6 semanas (período máximo de excreção viral).

No Brasil e em países onde são realizadas as campanhas anuais de vacinação contra a poliomielite é praticamente impossível evitar o contato com indivíduos recentemente vacinados com a vacina oral. Assim sendo, recomenda-se redobrar os cuidados com as medidas de higiene, para evitar que os imunodeprimidos entrem em contato com pessoas que receberam a vacina Sabin.



Sabin e a vacina oral­

­A vacina oral contra a poliomielite foi criada por Albert Bruce Sabin, médico e microbiologista polonês naturalizado americano. Sabin foi o primeiro pesquisador a demonstrar o crescimento do poliovírus no tecido n­ervoso humano fora do corpo. Foi ele que, em 1939, invalidou a teoria de que o poliovírus entra no corpo pelo nariz e pelo sistema respiratório, demonstrando que a poliomielite humana é uma infecção do trato digestivo.
Sabin defendia que o vírus enfraquecido e vivo da polio, ­administrado oralmente, daria imunidade por um longo período de tempo. Em 1957, ele isolou cadeias atenuadas de cada um dos três tipos do poliovírus (não eram fortes o bastante para produzir a doença, mas eram capazes de estimular a produção de anticorpos), e começou os experimentos com a administração oral dessas correntes atenuadas.
Os testes humanos com a vacina oral foram feitos com a cooperação de cientistas no México, na Holanda e na União Soviética e, após ficar provada a eficácia da vacina oral contra a polio, três anos depois ela foi aprovada nos EUA como a principal defesa mundial contra a doença.







Fonte: Enciclopédia Britannica

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