quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Simplesmente a sós.



Se tem algo que gosto no tempos das comemorações é de ter um tempo sozinha, que geralmente é bem dificil porém possível em meio a tanta correria.
Pode parecer melancólico, mas ao meu ver é exatamente é o tempo de silêncio que faz todo o barulho da alegria ter sentido. É no silêncio e a sós, principalmente se for com Deus que cada "coisa toma o seu lugar".
No decorrer das situações, as emoções (e hormônios rs...) afloram e as lutas muitas vezes tomam uma aparência de serem bem maiores do que realmente são. Só depois que nos damos conta da dimensão verdadeira da "luta" seja ela qual for.
No final do ano, essa situação se repete porém numa dimensão maior, de podermos refletir sobre a variedade de circunstâncias que passamos e sobrevivemos, o quanto nos custou em tempo, em desgaste ou em oração.
Podemos também ver  quais situações tiveram um fim, qual foi: se bom, se ruim... Quantas situações ainda estão em aberto esperando uma conclusão.
As situações dependeram direta e simplesmente de nós ou de outras pessoas para se resolverem?
Tenho olhado para minha vida e visto que muitas coisas dependem e muito, quando não exclusivamente de mim para serem efetudas: a educação/disciplina do filho, algumas tarefas domésticas, a minha postura como esposa, tantas decisões no trabalho...
Refiro aqui "dependência"  no sentido de responsabilidade possível de ser  compartilhada ou não com outra pessoa.
Mas algumas decisões sobre minha própria vida, definitivamente não dependeram de mim! Meu ambiente de trabalho e até  cidade de residência dependeram exclusivamente de outras pessoas (autoridades/chefia).
Esse é o meu exemplo, por ser meu momento de vida, mas quantas pessoas não passam por uma situação semelhante pois estão sob os cuidados de outra pessoa, seja ela pai, mãe, enfermeiro, médico...
Para mim, situações desse tipo são exemplos de "tratamento", de ensino e aprendizado profundo pois na verdade só exemplificam que não temos mesmo o controle total sobre nossa vida.
Somos temporais, limitados e dependentes sempre, mesmo quando não queremos aceitar.

O ser humano é como a flor que se abre e logo murcha; como uma sombra ele passa e desaparece. Jó 14:2

O fato é que se tivermos a real dimensão da nossa dependência, então que seja em meio à tranquilidade ou a lágrimas, teremos então proporcionalmete gratidão pelo bem alcançado, dor superada ou mesmo quando consideramos as perdas, então ainda resta o aprendizado.
Quando compreendemos nossa falibilidade, então compreendemos todo o bem a compaixão que estão disponíveis a nós.
Hoje, ao olhar para esses trezentos e tantos dias que se passaram, consigo perceber a mão de Deus mobilizando pessoas, direcionando, para  não somente cuidar de mim e me abençoar, mas também para cuidar de tantas pessoas que estão ao meu redor. Ele quer mesmo nos abençoar!!

Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o SENHOR; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais. Jeremias 29:11

Deus abençoe que você  também pare e tenha um tempo a sós com Ele para relembrar, refletir e perceber que Ele domina sobre toda a Terra mas quer fazer morada mesmo, é em você.


Parai, disse ele, e reconhecei que sou Deus; que domino sobre as nações e sobre toda a terra. Salmos 46:10


PRA VC, GRATIDÃO E ESPERANÇA!!
FELIZ 2011!!

ps.: aproveitando, vamos postar um video tb?!
Uma trilha sonora para o seu momento ;)


um suspiro...

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

A dor em meio às festas.




Conforme vai chegando o tempo das festas de Natal e passagem de ano, muitas pessoas vão se entristecendo, evitando as comemorações justamente porque toda a sociedade espera que todos, sem excessão estejam felizes.
Tenho amigos muitos próximos que passaram recentemente pela dor da perda de queridos, o que tem me feito refletir um pouco mais sobre o assunto e ver que como seres humanos e até cristãos, às vezes deixamos a desejar no quesito "compreensão" da dor do próximo e muitas vezes exigimos que o outro fique feliz, quando realmente não seria sincero aparentar felicidade.
A  Bíblia diz no Salmo 116:15 que "Preciosa é à vista do SENHOR a morte dos seus santos", entendendo que santos são todos aqueles que se separam para Deus, pessoas comuns como eu e você.
Para Deus realmente é muito preciosa a nossa morte porque mesmo que tenhamos uma vida de dedicação à Ele, nossa morte nos tira de um mundo de dor  nos devolve à Ele, plenamente.
Interessante que ainda essa seja a visão de Deus sobre a morte, a Bíblia no Evangelho de João 11:35 relata que Jesus chorou quando soube da morte de Lázaro. Ao ler todo o trecho, vemos que Jesus lhe dá a vida novamente, mas o que me chama atenção aqui é que Ele também chorou a morte, como nós fazemos. Apesar de toda a sua divindade, de toda a sua plenitude e poder que está em suas mãos Ele, em sua humanidade chorou.
Temos liberdade então para chorar as nossas perdas, a nossa dor e podemos ter a certeza que Ele mesmo está conosco em nosso tempo de dor. Apenas não podemos perder a convicção de que estamos acompanhados sempre por Deus e NADA vai nos separar do Seu amor! Nem mesmo a nossa temporária tristeza.

Apenas mais dois  versículos antes de uma entrevista muito interessante publicada pela revista Isto É em abril de 1999 com a psicóloga especialista em luto, Maria Helena Bromberg.

"Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu (Jesus) venci o mundo". João 16:33

"Tu (Senhor) mudaste  o meu choro em dança alegre, afastaste de mim a tristeza e me cercaste de alegria". Salmos 30:11


Abraços e boa leitura!!!




Maria Helena Bromberg


A psicóloga Maria Helena Bromberg desvenda os tipos de perdas e diz que a cultura ocidental estimula a idéia do fim da vida como punição.
JANETE LEÃO FERRAZ


Istoé - Por que a sra. se especializou nesse assunto?

Maria Helena Bromberg - Comecei a me perguntar por que as pessoas são tão apegadas a ponto de não sobreviver à morte ou à perda de alguém. Perdi minha mãe quando era pequena, um irmão já adulta, a quem eu era muito apegada. E, recentemente, minha irmã. Tenho um histórico respeitável.

Istoé - Estudar a morte lhe deu preparo para enfrentar as perdas?

Maria Helena Bromberg - A saudade dói do mesmo jeito, mas tenho um conforto porque, quando enfrentamos a morte, aprendemos a aproveitar melhor a convivência em vida.

Istoé - Por que as pessoas temem esse assunto?

Maria Helena Bromberg - É a única certeza que se tem, mas nossa cultura não incorpora a morte como parte da vida. Pensa-se nela como castigo e é comum ouvirmos comentários como: "Ele era tão bom, por que morreu?" Morte é afastamento, silêncio, nunca mais.

Istoé - Em que idade nos damos conta de que a morte é inexorável?

Maria Helena Bromberg - Desde que nascemos sofremos perdas e lutos, não necessariamente ligados a mortes. A psicanálise acredita que a criança vive seu primeiro luto ao ser desmamada pela mãe. Depois, ouve ameaças de perdas como "Mamãe vai embora", "Você vai ficar de castigo". Há semelhança da ausência, da falta, com o final da vida.

Istoé - Somos ensinados a não considerar a morte como fato?

Maria Helena Bromberg - Na cultura ocidental sim. Talvez por conta do pecado original. Pressupõe-se que se fez algo horrível e a morte é a punição. Adão e Eva, depois de cederem ao pecado, foram castigados tornando-se mortais. Há ainda o medo do desconhecido. Pacientes terminais querem saber o que vai acontecer quando a vida acabar. Os que se apóiam em alguma crença se sentem de alguma forma amparados.

Istoé - Quais são as outras perdas que geram o luto?

Maria Helena Bromberg - Toda perda gera luto. O divórcio, a aposentadoria, a imigração, a mutilação, o aborto, a menopausa, a impotência.
Istoé - Por que a imigração?

Maria Helena Bromberg - As pessoas chegam a um novo lugar, perdem suas raízes, sua identidade e sua independência. Estamos estudando o comportamento dos dekasseguis, quando voltam ao Brasil. Há muitos traumas.

Istoé - Que tipo de luto gera a aposentadoria?

Maria Helena Bromberg - A perda da identidade. O aposentado perde a área de influência. A casa funcionou durante 30 anos sem que ele desse palpites. No começo é uma lua-de-mel. A pessoa fica exultante e diz que agora vai viver. Engana-se. Atuava no trabalho, não atua mais. Em casa, ninguém o ouve. Então vai jogar dominó. É comum adoecer.

Istoé - E por amputação?

Maria Helena Bromberg - Causa reações variadas. No amputado falta literalmente uma parte. Ele tem que fazer uma transição para se aceitar sem aquele pedaço.

Istoé - O velejador Lars Grael, que sofreu a amputação de uma perna, evitou o luto?

Maria Helena Bromberg - Pela imprensa, notei que a coisa mais importante no processo dele foi a luta pela sobrevivência. Ele permanece ativo, que é uma forma de não ficar velando a perda. Avaliamos uma tese sobre amputação, que concluiu que o desafio é se adaptar à prótese. Há lutos complicados em acidentados que não podem usar próteses ou que ficam paraplégicos.

Istoé - Qual é o medo maior, morrer ou perder alguém?

Maria Helena Bromberg - Difícil dizer. Quando uma mãe diz que morreria no lugar do filho, não pensa que se fosse ela o filho sofreria. Além do temor, há culpas, ressentimentos, medo do futuro sem a pessoa. São emoções ambíguas, impasses.

Istoé - Por que muita gente adoece por luto?

Maria Helena Bromberg - Por conta das ocorrências psicossomáticas. As manifestações mais frequentes são os distúrbios de sono e de alimentação. Depende do grau de enlutamento. Do que afeta no cotidiano. Alguns enlutados não conseguem mais trabalhar. Outros, apresentam distúrbios de atenção e memória. Há pessoas que ficam suscetíveis a acidentes. Crianças podem apresentar problemas na escola.
Istoé - O temor da morte tem idade?

Maria Helena Bromberg - Não. Todos tentam evitar o assunto, até discriminam. Inúmeras vezes pessoas me olharam como se eu fosse uma pessoa nefasta. Pensam que sou gótica, dark. Mas não sou nada disso. Sou uma pessoa normal.

Istoé - Criança lida melhor com o luto?

Maria Helena Bromberg - Pode ser, mas é necessário que ela conceitue o que é morte. Absorva aspectos como universalidade. Ou seja, todos vamos morrer. Também a irreversibilidade: quando morre, não "desmorre". E por último a causalidade. Isto é, morreu porque aconteceu alguma coisa. A criança consegue integrar isso no começo da adolescência. Antes, ela pode achar que rezando a pessoa desmorre. Ela tem exemplos nos desenhos animados ou joguinhos virtuais. Seus heróis têm muitas vidas. É importante dizer à criança que o jogo é legal, mas não é real. Os adultos não favorecem essa percepção e preferem evitar o assunto.

Istoé - Por que o adulto faz isso?

Maria Helena Bromberg - Muitas vezes por medo ou por não saber o que dizer. Ele pode estar enlutado também. Se há uma perda na família, a criança tem que ser comunicada. Para o adulto fragilizado, falar é difícil. Na percepção global, morte é uma coisa não cotidiana, e o adulto tende a achar que não é assunto de criança. Mas ela quer esclarecimentos.

Istoé - Esclarecer torna a criança mais preparada?

Maria Helena Bromberg - Sim. O adulto tende a subestimar as perdas infantis. A queda do sorvete ou a quebra do brinquedo, em termos de dor, é incomparavelmente menor frente à perda de alguém querido, mas é uma situação que faz a criança pensar sobre limites, frustração e reversão de expectativa.

Istoé - Qual o pior tipo de luto?

Maria Helena Bromberg - Há quatro aspectos: a pessoa que morreu, o tipo de morte, o suporte psicossocial que o enlutado tem e a sua estrutura psíquica. Se tem histórico de perdas, os problemas psíquicos podem incapacitá-lo para enfrentar mais essa. Julga-se que o luto mais difícil é o da morte de filho por suicídio. Mas como diz a música de Caetano Veloso, cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é.

Istoé - A morte de um bicho de estimação pode ser tão devastadora?

Maria Helena Bromberg - Pode, só que aí entra na categoria de luto não franqueado. Esse luto espanta. "Onde já se viu chorar tanto por um cachorro. Se ainda fosse um filho vá lá", costumam dizer.

Istoé - Há outros lutos assim?

Maria Helena Bromberg - A perda do parceiro por Aids também não tem receptividade. Morte do ou da amante. O aborto (provocado ou não), que é visto como um não evento.

Istoé - Como assim?

Maria Helena Bromberg - No aborto não aconteceu o nascimento nem a morte convencional. A reação das pessoas é minimizar a perda. Falam: "Não se preocupe, logo você tem outro." Fizemos uma pesquisa com 60 mulheres adultas que tinham abortado na adolescência. Isso redundou até em esterilidade. A mulher pode ter um trauma psicológico e não engravidar novamente.

Istoé - O luto não autorizado influencia a futura mãe?

Maria Helena Bromberg - Sem dúvida. Atendi uma família que trouxe a filha adolescente para a terapia por achar que ela estava rebelde. Na entrevista com mãe e filha ficou clara a dificuldade de relação entre elas. A mãe não se sentia confortável. Superficialmente, pareciam conflitos típicos de adolescente, mas havia algo mais. O segredo era um aborto que a mãe fizera antes de a menina nascer, um luto que a mãe carregava ainda.

Istoé - E como tratar isso?

Maria Helena Bromberg - Mais profundamente com a mãe. Ao fim ela resolveu revelar o segredo e livrou-se do peso. Parece mágico, mas não é. Foi um processo longo e doloroso para ambas, o que dá para dimensionar como a coisa se arrasta.

Istoé - Existe um tempo padrão para superar o luto?

Maria Helena Bromberg - Essa é uma questão temerária. Pode-se achar que morrer ou perder alguém acontece numa boa porque o tempo é o melhor remédio.

Istoé - E não é?

Maria Helena Bromberg - O tempo ameniza a dor, mas também é capaz de gerar um luto crônico. O que poderia ser uma passagem de um estado para outro, pode permanecer na tristeza. No luto crônico, quanto mais o tempo passa, pior fica. É também chamado de luto complicado.

Istoé - Há mais tipos de luto complicado?

Maria Helena Bromberg - Tem o adiado, aquele que a pessoa diz que está bem, não encara o sofrimento, chega a ficar eufórico. Um dia morre o peixinho da irmã da vizinha e ela desaba.

Istoé - Não existe o luto adiado para sempre?

Maria Helena Bromberg - Não. As pessoas têm que realizar suas perdas. Há um estudo feito na Inglaterra, a partir dos prontuários de pacientes psiquiátricos, em que se pesquisou a vida deles. Havia uma alta incidência de perda de pai ou mãe na infância. Eram pacientes com quadros psiquiátricos severos. Este é um exemplo de que o luto não realizado pode se manifestar não só na tristeza padrão, mas em doenças psiquiátricas. É diferente do luto distorcido, em que a pessoa aparenta estar bem, mas não está. Tem filhos para criar, trabalho e não consegue dar conta de tudo. Então disfarça.

Istoé - E sobre o tempo de duração do luto?

Maria Helena Bromberg - Trabalhamos por um parâmetro de um ano, mas não é regra. Há datas marcantes como o primeiro aniversário da pessoa que morreu. O primeiro Natal, etc. São situações de celebração que, depois da perda, marcam a ausência. Isto é positivo porque faz com que a pessoa se dê conta da realidade da perda. É importante que essas datas não sejam negadas. Quando completa um ano da morte, acontece um fenômeno chamado "reação de aniversário". Revive-se o ano que passou, a dor. Se perguntam por que estavam melhor e a dor voltou com tudo?

Istoé - E a partir daí muda a relação com a perda?

Maria Helena Bromberg - Do ponto de vista da terapia, é muito importante que se possa trabalhar o enlutado durante o primeiro ano da perda para o terapeuta estar junto nesses momentos. Do ponto de vista clínico, é muito mais complicado quando o enlutado chega ao consultório depois de cinco, dez anos da perda. As coisas estão mais cristalizadas. Quando entra no segundo ano, faz um certo platô emocional, sem que tudo tenha sido elaborado.

Istoé - Então, depois de uma grande perda, é possível ser feliz?

Maria Helena Bromberg - É claro, mas precisa ressaltar que o enlutado odeia pensar que vai esquecer o ente que morreu. Ele não pode nem quer esquecer. A terapia trabalha na transformação dessa ausência numa memória. Porque o morto vive na memória de quem conviveu com ele. Esquecer é aterrorizante porque é não ter mais. A memória é saudável.

Istoé - E por que algumas pessoas não se recuperam? Há quem tenha morrido de tristeza. A terapia pode reverter isso?

Maria Helena Bromberg - Depende do tipo de relacionamento que a pessoa tinha com o morto. Tem dependência que se manifesta em coisas sutis do cotidiano, que no dia-a-dia não se percebe. Há viúvas, por exemplo, que não sabem sequer que roupa usar, que nunca tomaram decisões com relação à família. Era sempre o marido quem fazia. Muitas vezes tem um lado fraco e um forte. Se o fraco morre, o outro vai precisar de alguém que substitua aquela dependência que classificamos de cuidadora.

Istoé - E as pessoas que desabrocham depois de enviuvar?

Maria Helena Bromberg - A sociedade é muito crítica em relação à viúva bem mais do que ao viúvo. Pode ser um luto bem-resolvido ou nos levar a pensar no que aquele casamento representava. Podia representar opressão. Ela solta seus grilhões. Atendi muitas mulheres que floresceram depois de enviuvar. Elas constroem uma nova identidade. É saudável perceber que depois de uma perda a pessoa fica diferente. Quando ela busca ser como era antes, se coloca num caminho impossível.

Istoé - E os lutos coletivos, como foram os de Ayrton Senna e Lady Di?

Maria Helena Bromberg - Há dois aspectos. Um é o do papel da mídia na intensificação desses lutos. O outro é a dor da perda do ídolo refletida na vida de cada um. Quando o Senna morreu, choramos nossas perdas, pequenas e grandes. Perdas relacionadas ao orgulho de ser brasileiro, aos fracassos de cada um. A perda do filho que tinha a mesma idade dele. Fui à Inglaterra para os funerais da princesa Diana. O choro daquela gente não era só porque a princesa era querida. Mulheres choraram seus lutos pela princesa e por maridos inoperantes, traidores, jovens choraram por pais omissos. Cada um deságua seus lutos quando um ídolo se vai. Ainda que inconscientemente.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Feliz dia das crianças!!

Passei rapidinho aqui para desejar às crianças um dia muito feliz e aos pais sabedoria, graça e discernimento para proporcionar aos seus filhos, sempre, dias felizes.
Para ser feliz a criança merece/precisa de diálogo, cuidados, amor, educação, disciplina e muita orientação (espiritual, moral) sempre.

"Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele". Provérbios 22:6

Grande abraço!!

Declaração dos Direitos da Criança




1º Princípio – Todas as crianças são credoras destes direitos, sem distinção de raça, cor, sexo, língua, religião, condição social ou nacionalidade, quer sua ou de sua família.

2º Princípio – A criança tem o direito de ser compreendida e protegida, e devem ter oportunidades para seu desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, de forma sadia e normal e em condições de liberdade e dignidade. As leis devem levar em conta os melhores interesses da criança.

3º Princípio – Toda criança tem direito a um nome e a uma nacionalidade.

4º Princípio – A criança tem direito a crescer e criar-se com saúde, alimentação, habitação, recreação e assistência médica adequadas, e à mãe devem ser proporcionados cuidados e proteção especiais, incluindo cuidados médicos antes e depois do parto.

5º Princípio - A criança incapacitada física ou mentalmente tem direito à educação e cuidados especiais.

6º Princípio – A criança tem direito ao amor e à compreensão, e deve crescer, sempre que possível, sob a proteção dos pais, num ambiente de afeto e de segurança moral e material para desenvolver a sua personalidade. A sociedade e as autoridades públicas devem propiciar cuidados especiais às crianças sem família e àquelas que carecem de meios adequados de subsistência. É desejável a prestação de ajuda oficial e de outra natureza em prol da manutenção dos filhos de famílias numerosas.

7º Princípio – A criança tem direito à educação, para desenvolver as suas aptidões, sua capacidade para emitir juízo, seus sentimentos, e seu senso de responsabilidade moral e social. Os melhores interesses da criança serão a diretriz a nortear os responsáveis pela sua educação e orientação; esta responsabilidade cabe, em primeiro lugar, aos pais. A criança terá ampla oportunidade para brincar e divertir-se, visando os propósitos mesmos da sua educação; a sociedade e as autoridades públicas empenhar-se-ão em promover o gozo deste direito.

8º Princípio - A criança, em quaisquer circunstâncias, deve estar entre os primeiros a receber proteção e socorro.

9º Princípio – A criança gozará proteção contra quaisquer formas de negligência, abandono, crueldade e exploração. Não deve trabalhar quando isto atrapalhar a sua educação, o seu desenvolvimento e a sua saúde mental ou moral.

10º Princípio – A criança deve ser criada num ambiente de compreensão, de tolerância, de amizade entre os povos, de paz e de fraternidade universal e em plena consciência que seu esforço e aptidão devem ser postos a serviço de seus semelhantes.

sábado, 9 de outubro de 2010

A crueldade dos jovens

Ao ler a crônica abaixo, pensei na tristeza que muitos pais passam com seus filhos e na frustação de ver a falta de compreensão deles... Acredito que sempre existe uma saída para cada situação , acredito também que vale a pena não desistir deles, porém o ideal é sempre investir na criança para que se  torne um jovem saudável em sua totalidade. Conversar e explicar as situações com sinceridade e clareza é fundamental, uma boa dose de disciplina também faz muito bem!
...e prossigamos em educar nossos filhos, às vezes não é fácil mas vale a pena!!

"Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele". Provérbios 22:6

Boa leitura!

A crueldade dos jovens



Conheci uma mulher cujo filho de 14 anos queria um par de tênis de marca. Separada, ganhava pouquíssimo como vendedora. Dia e noite o garoto a atormentava com a exigência. Acrescentou mais horas à sua carga horária para comprar os tênis. Exausta, ela presenteou o filho. Ganhou um beijo e outro pedido: agora ele queria uma camiseta 'da hora'. E dali a alguns dias a mãe estava abrindo um crediário! Já conheci um número incrível de adolescentes que estabelecem um verdadeiro cerco em torno dos pais para conquistar algum objeto de consumo. Uma garota quase enlouqueceu a mãe por causa de um celular cor-de-rosa. Um rapaz queria um MP3. Novidades são lançadas a cada dia e os pedidos renascem com a mesma velocidade. Pais e mães com frequência não conseguem resistir. Em parte, por desejarem contemplar o sorriso no rosto dos filhos. Uma senhora sempre diz:

— Quero que minha menina tenha o que eu não tive.

Pode ser. Mas isso não significa satisfazer todas as vontades! Muita gente é praticamente chantageada pelos filhos. A crueldade de um adolescente pode ser tremenda quando se trata de conseguir alguma coisa. Uma vez ouvi uma jovem gritar para o pai:

— Você é um fracassado!

Já conheci uma garota cujo pai se endividou porque ela insistiu em ir à Disney. Os juros rolaram e, dois anos depois, ele vendeu a casa para comprar outra menor e quitar o empréstimo. Outro economizou centavos porque a menina quis fazer plástica. Conselhos não adiantaram:

— Você é muito nova para colocar implante de silicone.

Ficava uma fúria. Queria ser atriz e, segundo afirmava, não teria chance alguma sem a intervenção. (Não conseguiu. Hoje trabalha como vendedora em uma loja.) Procedimentos estéticos, como clareamento de dentes, spas e, claro, plásticas, são muito pedidos, ao lado de roupas de grife, excursões, joias, celulares e todo tipo de eletrônico. É óbvio que o jovem tem o direito de pedir. O que me assusta é a absoluta falta de freio, a insistência e a total incompreensão diante das dificuldades financeiras da família. Recentemente, assisti a uma situação muito difícil. Mãe solteira, uma doméstica conseguiu juntar, ao longo de anos, o suficiente para comprar uma quitinete no centro de São Paulo.

— Vou sair do aluguel! — comemorou.

A filha, 16 anos, no 2º grau, recusou-se:

— Quero um quarto só para mim!

Não houve quem a convencesse. A mãe não conseguiu enfrentar a situação. Continuam no aluguel. O valor dos apartamentos subiu e agora o que ela tem não é suficiente para comprar mais nada.

Muitas vezes, os filhos da classe média estudam em colégio particular ao lado de herdeiros de grandes fortunas. Passam a desejar os relógios, as roupas, o modo de vida dos amigos milionários.

— De repente a minha filha quer tudo o que os coleguinhas têm! Até bolsa de grife.

Uma coisa é certa: algumas equiparações são impossíveis. A única solução é a sinceridade. E deixar claro que ninguém é melhor por ter mais grana, o celular de último tipo, o último lançamento no mundo da informática. Pode ser doloroso no início. Também é importante não criar uma pessoa invejosa, que sofre por não ter o que os outros têm. Mas uma família pode se desestabilizar quando os pais se tornam reféns do pequeno tirano. A única saída para certas situações é o afeto. E, quando o adolescente está se transformando em uma fera, talvez seja a hora de mostrar que nenhum objeto de consumo substitui uma conversa olho no olho e um abraço amoroso.


Crônica, por Walcyr Carrasco 08/09/2010
e-mail: walcyr@abril.com.br

 http://vejasp.abril.com.br/revista/edicao-2181/a-crueldade-dos-jovens

segunda-feira, 28 de junho de 2010

A criança, a morte e o luto

O texto que segue abaixo foi extraído do site da Revista  Nova Escola. Ele trata sobre as perdas da criança e o contexto escolar, porém é muito importante que pais e familiares tenham conhecimento sobre como lidar com o luto de seus filhos, principalmente porque é impossível poupá-los de todas as perdas que acontecem no decorrer dos anos.
É importante que a criança passe por alguns "lutos" para que na adolescência e vida adulta consiga superar bem suas dores.
Temos conosco um desejo imenso de impedir que nossos queridos passem por qualquer forma de dor, porém elas nos tornam pessoas mais maduras e melhores.
O fundamental para lidar com a perda e a dor é a verdade : não mentir, não inventar histórias mirabolantes e nem tentar compensar um sofrimento autêntico...
Bom, chega de rodeios... vamos ler o texto!!
Boa leitura!!

Cinco pontos para abordar a morte em sala de aula


Acolher as inquietações de cada um e responder às dúvidas com explicações verdadeiras é um caminho para auxiliar a superar uma perda
 
 
 
 
 
TERMINA A VIDA. O QUE VEM DEPOIS?



Quem enfrenta a tristeza de uma morte vivencia o luto até a perda ser aceita. Para auxiliar a enfrentar essa fase, é preciso falar com sinceridade. Respostas fantasiosas tendem a prolongar o sofrimento.

Ilustrações: Eduardo Recife
 
"É uma coisa curiosa a morte (...). Todos nós sabemos que o nosso tempo neste mundo é limitado e que eventualmente todos nós acabaremos embaixo de algum lençol para nunca mais despertar. E, no entanto, é sempre uma surpresa quando isso acontece com alguém que conhecemos." Reflita por alguns instantes sobre como você se sentiu ao ler essa citação do autor infanto-juvenil Lemony Snicket, no livro Raiz-Forte. Quais sentimentos preveleceram: medo? Resignação? Indignação? Identificação? A resposta depende da maneira como cada um lidou (e lida) com as inevitáveis perdas que a vida nos traz - a de um amigo que se mudou para longe, o desaparecimento de um animal de estimação ou a morte de um parente querido. Sempre que um desses eventos ocorre, passamos pela chamada elaboração do luto - um processo psicológico que atinge o indivíduo, sua família e os grupos da sociedade dos quais ele participa, um período doloroso (e necessário) de intensa tristeza, que dura até que a pessoa aceite a perda e possa seguir em frente com a vida.



Embora as crianças (sobretudo as mais novas) ainda não compreendam inteiramente a ideia de morte, o assunto deve ser discutido na escola para que elas tenham a oportunidade de trocar opiniões com os colegas e também encontrar apoio para encarar o sofrimento. A origem da crise, em geral, se dá com a morte de um familiar ou de uma pessoa próxima, mas também pode ocorrer em casos como a separação dos pais, a morte de uma personalidade famosa e até de uma mudança brusca, como a troca de cidade ou de escola. Todas essas situações geram dificuldades para as crianças. Como o comportamento das pessoas ao redor interfere no enfrentamento das perdas, uma intervenção adequada no momento certo é de grande importância, podendo ajudar no encaminhamento do luto e no restabelecimento das condições emocionais dos pequenos.



Para os estudiosos do tema, o principal requisito para uma atuação eficaz é se apoiar na verdade. Afinal, uma informação distorcida pode interferir na conscientização da perda e na sua aceitação. "A morte faz parte do processo da vida. Contar uma mentira, dizer que a pessoa foi viajar, que virou estrela ou qualquer outra resposta evasiva só irá prolongar o sofrimento. Quando se deparar com a verdade, a criança se sentirá enganada e a relação de confiança será quebrada", explica Valéria Tinoco, supervisora do Instituto de Psicologia 4 Estações, em São Paulo.


VAI-SE O LUTO, FICAM AS LEMBRANÇAS

Passado o período de intensa tristeza, a criança não esquece o que ocorreu. A perda continua sendo uma lembrança muitas vezes dolorosa, mas já não a impede de tocar a vida em frente.

Isso, entretanto, não significa que a discussão do tema na escola seja simples. Para ajudar a lidar com a situação, é preciso levar em conta diversos fatores, que dizem respeito principalmente à fase de desenvolvimento em que cada criança se encontra e ao ambiente que a cerca. Abaixo, você confere cinco pontos essenciais que devem ser considerados na hora de abordar a morte com suas turmas.

1. Respeitar as escolhas da família e da criança

"Mamãe foi morar com papai do céu", "Totó foi para o paraíso dos cachorrinhos", "Vovô está vivo em uma outra dimensão". É normal que as crianças apresentem explicações para a morte baseadas na religiosidade, nas crenças e e na cultura da família. Você, professor, deve aceitar a argumentação, mas, se for indagado sobre o ocorrido, seu papel é responder da maneira mais objetiva - não custa lembrar que a ideia é ajudar o pequeno a se conscientizar da perda (leia o quadro abaixo). "Por mais que seja difícil, é preciso mostrar a morte como algo inevitável", observa Maria Júlia Kovács, professora de Psicologia da Morte no Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP).

Essa postura deve ser explicitada nas conversas com os pais - nesses encontros, aliás, é preciso considerar que os próprios familiares, fragilizados, apresentem dificuldade em lidar com a questão. "Como a criança passa grande parte do dia no ambiente escolar, é importante que ali ela encontre respostas que talvez não apareçam num primeiro momento em casa, por estarem todos abalados", comenta Valéria. A escola deve se aproximar, oferecer ajuda e, se preciso, buscar o auxílio de profissionais de Psicologia.

2. Considerar a faixa etária de cada aluno

Desde pequena, a criança já entende a ideia da morte - o que muda ao longo dos anos é a concepção dela sobre a perda. Até os 5 anos, a criança considera a morte reversível. Depois, começa a entender a finitude, mas ainda não a concebe como universal - acha que ela não pode vir para alguém jovem, por exemplo. "É somente por volta dos 10 anos que passamos a compreender a morte com mais clareza", explica Maria Júlia. Nesse sentido, a participação em rituais como velórios e enterros, ainda que dolorosa, é importante para auxiliar na complexa construção do que significa a morte (leia o quadro abaixo). Mostrar a dimensão cultural da morte



A perda de um bichinho de estimação também é uma maneira de educar uma criança para a morte e o luto. "Emocionalmente, o impacto é menor do que perder a mãe, por exemplo, mas pode ser maior do que a morte de um parente distante. O luto da criança pela perda de um animal deve ser respeitado da mesma maneira", observa Valéria. No início do ano, os educadores da Creche Central da USP, na capital paulista, se viram diante de uma situação como essa e precisaram alterar a programação das atividades para se voltar a um fato que mobilizou todas as crianças: um jabuti que vivia no local morreu e com isso surgiram perguntas e inquietações por todos os lados. Depois de esclarecer os fatos, a escolha foi elaborar um trabalho para que a morte fosse aceita e compreendida. "Fizemos uma assembleia com todos para decidir o destino do corpo. Por fim, com o consentimento de todos, realizamos uma cerimônia simbólica, seguida do enterro", conta o coordenador Rodrigo Flauzino. Para ele, o importante era que os pequenos não só lidassem com a morte mas também participassem do ritual para compreender sua dimensão cultural.

3. Buscar um interlocutor próximo ao estudante

É importante que, quando a escola fica incumbida de contar sobre uma morte ou conversar sobre ela com o aluno, o diálogo seja estabelecido com alguém em quem confie e que dê a ele abertura para falar, questionar e até pedir apoio emocional. "Imagine que sensação horrível ele teria ao receber uma notícia ruim de um desconhecido ou de alguém com que teve pouco contato", diz Valéria.

4. Trabalhar a questão com a classe

A relação com a turma nesse momento é importante para ajudar no acolhimento do estudante. "Quando um aluno vive a perda significativa de alguém, é comum que os colegas se abatam também, pois acabam se identificando. Compreender o que está se passando com a classe e com a criança enlutada é necessário para auxiliar o professor a lidar com a dinâmica da sala", afirma Solange Capaverde, coordenadora do Projeto Solverde, da Universidade Federal de Santa Maria (UFS). Um dos caminhos é proporcionar debates sobre o tema. Vale orientar a classe e explicar o que o colega está vivendo e, quando ele retornar à escola, proporcionar situações em que possa falar e também ouvir opiniões e histórias dos outros alunos. Filmes e contos podem ser usados como porta de entrada para explorar a morte e o luto. Porém, antes de propor qualquer atividade, é importante saber se a criança enlutada está disposta a se abrir e a falar sobre isso.

5. Minimizar os efeitos do luto no aprendizado

Na medida do possível, é importante atentar para que o desempenho escolar do aluno não seja muito prejudicado pelo pesar. "O educador precisa saber que, logo após a morte, a criança pode não produzir como antes. Nos dias que seguem, é importante conversar para encontrar a melhor maneira de ele não perder o conteúdo", afirma Maria Júlia. Vale explicar quais atividades vão ser feitas e ouvir a opinião do aluno para saber se ele tem condições de desempenhá-las. O correto é sempre oferecer uma alternativa - o que não pode ocorrer é deixá-lo de lado (leia o quadro abaixo). "É comum que crianças reajam de maneiras diversas. O choro não é o único modo de manifestar o sentimento de perda. Às vezes, elas têm sonolência, dificuldade de concentração e desinteresse, entre outros comportamentos. Todos são maneiras de mostrar que a situação não é fácil", explica Valéria.



Pode ser que demore algum tempo, mas o fato é que o luto, quando bem elaborado, passa. Ao perceber-se acolhida, a criança amadurece com mais facilidade a ideia da perda e, aos poucos, volta à rotina. Claro que podem ocorrer recaídas. Passado certo tempo após a elaboração do luto, é comum que ela relembre a morte e retome alguns sentimentos de tristeza intensa. Essa situação pode ser mais ou menos marcante, de acordo com a superação do luto. Em todos os casos, o trabalho em conjunto com a família ajuda a superar a crise com mais facilidade, principalmente quando envolve crianças muito pequenas.


sábado, 19 de junho de 2010

O enquadramento do mundo


A fotografia (VIADUTO DO CHÁ, SÃO PAULO (SP) – Foto de Araquém Alcântara), em preto e branco, mostra uma rua com pessoas indo e vindo. Será em São Paulo? Nova York? Fortaleza?Para onde irão aquelas pessoas? Ou de onde vêm? É uma boa foto? Por quê? O que se vê além dela?


As indagações são da professora de artes da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, Ana Maria Schultze, diante do trabalho de um respeitado fotógrafo contemporâneo.

Antes de formular as questões e apresentar a foto como exemplo, Ana, que também é fotógrafa, tem o cuidado de tapar o crédito e o título da obra. Com isso, ela espera estimular ainda mais o interlocutor a “ler” aquela imagem.

“O que diz uma fotografia como esta?”, pergunta Ana. E ela mesma responde, citando o professor e pesquisador Boris Kossoy: “A imagem fotográfica tem sempre duas realidades, a primeira e a segunda”, afirma.

“A segunda é a aparente, a que se dá primeiro. Por meio dela se chega à primeira realidade, que é a história daquela imagem”, resume a professora.

No caso da foto de Araquém Alcântara, a realidade aparente é uma rua, com pessoas indo e vindo. A imagem é em preto e branco e foi feita durante o dia, pois há sol e sombras. As pessoas carregam uma sombra dupla, isso dá a impressão de que há mais gente na rua. “Aos poucos, com base no meu repertório, vou chegando à primeira realidade”, diz Ana.

“Como sou de São Paulo, a idéia que me vem à cabeça é de um lugar na minha cidade, uma via onde circulam muitas pessoas. Será que é no centro da cidade? Num viaduto?

Por que não há carros, será que é um calçadão? E os camelôs, tão característicos da cidade, onde estão? Fora de cena porque era uma época em que sua presença era reprimida? Pela sombra, que hora será? A foto é antiga porque está em preto e branco?”

Com tantas questões, Ana pretende aguçar os sentidos dos “leitores” para o que a imagem diz por si só, ao primeiro olhar e para além dele. “Poderíamos estar neste momento com uma foto de família, em vez desta. O importante é o professor trabalhar com o que ele tem à mão”, acredita. O aluno, ou leitor da imagem fotográfica, argumenta, tem de ser instigado a “descobrir pistas” a respeito daquilo que vê, para compreender a fotografia.

“Ele deve aprender a contextualizar a imagem, saber quem fez, por que fez, ter acesso à história daquela foto, entre outros parâmetros”, afirma Ana Maria. Se a foto é tecnicamente boa ou não, isso é o de menos na sala de aula – desde, claro, que a aula não seja de fotografia.




Outras Leituras: fotografia

Professor da pós-graduação em Comunicação e Semiótica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e do departamento de Cinema, Rádio e Televisão da Universidade de São Paulo (USP), Arlindo Machado acha que a dificuldade em trabalhar a fotografia, de forma geral, está no fato de que, por uma série de razões históricas, ela tem sido reduzida a uma mera técnica de reprodução do mundo visível, ou seja, uma mera “cópia” do que se vê. “Isso é um equívoco total. A fotografia é uma linguagem com a qual podemos construir um ‘discurso’ sobre o mundo”, alerta.

“Quando vou fotografar, tenho de escolher um enquadramento, ou seja, o que entra na imagem, porque é significante, e o que não entra, porque não tem nada a ver com o que eu quero mostrar”, diz o professor. “Também tenho de definir uma zona de foco: se há coisas perto e longe da câmera, quais são as mais significativas para merecer o foco?”

Machado resume: “Fotografar é realizar uma série de escolhas no tempo (“qual é o instante preciso em que devo apertar o botão?”), no espaço (“o mundo visível é infinito, mas o que vou privilegiar com o meu enquadramento?”) e na profundidade de campo (“que porções do espaço vão estar em foco e fora de foco?”). Por isso, ressalta, duas pessoas fotografando a mesma cena nunca obterão fotografias idênticas, porque farão escolhas diferentes, em função do que lhes interessa ou não mostrar nessa cena.




Esvaziar-se para buscar a precisão

O bombardeio de informações visuais a que estamos submetidos diariamente é, para a fotógrafa e professora do curso de Publicidade da Pontifícia Universidade
de São Paulo (PUC-SP), Ângela Di Sessa, um obstáculo à observação. “Com o excesso, temos mais trabalho para desfazermos clichês visuais”, argumenta.

Ângela afirma ainda que o corpo hoje está muito esquecido com mediador de experiências. “Há muitas informações, ele ficou em segundo plano e, na fotografia, a forma como o corpo se coloca influi diretamente no resultado final”, explica, destacando que a composição da imagem é sempre fruto da relação sensível de quem está gerando a imagem diante da situação que será fotografada.

Segundo a professora da PUCSP, quem melhor explicou isso foi o cultuado fotógrafo francês Henri Cartier-Bresson (1908-2004). “Tirar uma foto é como reconhecer um evento”, definiu certa vez, “e naquele exato momento e numa fração de segundo, você organiza as formas que vê para expressar e dar sentido ao evento”. E ela cita novamente Cartier-Bresson: “Fotografar é colocar na mesma linha de mira a cabeça, o olho e o coração.”

Para chegar lá, acredita Ângela, é preciso “esvaziar-se” um pouco de tantas informações a que estamos sujeitos. “Temos de recolocar nosso corpo em sintonia com o todo”. Com isso, o reverenciado fotógrafo francês queria dizer que o enquadramento gratuito, a simples execução de um modelo externo à pessoa, banaliza a imagem.

“Eu reconheço uma boa foto pela sensação imediata de prazer que ela me traz. É uma coisa boa de ser vista, que não dá para ser expressa de outra forma a não ser pelo suporte em que ela está”. Cartier-Bresson, na avaliação da especialista, é um clássico, resiste ao tempo, porque sua obra nos toca além da estética (o site da Fundação Henri Cartier-Bresson permite um bom passeio pela obra do artista: http://www.henricartierbresson.org/).
A boa foto é como uma fresta, um estímulo que pode gerar inúmeras outras narrativas, como textos maravilhosos, pinturas etc., mas nunca é a mera reprodução do outro”, explica Ângela. Por fim, para ela, uma foto de qualidade tem de ter o poder de um haicai (poesia japonesa, composta de três versos apenas) – “tudo tem de estar ali, condensadamente”, finaliza a professora, destacando as frases como se ela própria recitasse um haicai.

“E assim participamos”

Para o professor Arlindo Machado, não existe uma regra para se analisar uma foto. “Cada uma é um acontecimento singular e a estratégia para analisá-la deve ser buscada a partir dela. Mas uma boa foto sempre sugere seus caminhos de ‘leitura’”, lembra.

Algumas, segundo ele, nos surpreendem pela forma inusitada como observam o mundo, outras, por conseguir descobrir pessoas e lugares jamais antes visualizados, outras ainda, por suas qualidades visuais: texturas de branco e preto, contrastes da iluminação, ângulos de visão insólitos etc. “Certas fotos podem nos ajudar a olhar para o mundo de uma forma como nunca olhamos antes, mostrar a beleza do que consideramos feio, ou a feiúra do que convencionalmente chamamos belo.

O importante é ter sempre em mente que a foto não é uma mera reprodução do que se vê, mas um ‘discurso’ que o fotógrafo constrói sobre o mundo”, afirma.

O fotógrafo Juca Martins, especializado em fotos jornalísticas, diz que uma boa foto é reconhecida com base nos mesmos princípios estéticos que norteiam as obras de arte. “Deve-se levar em conta a composição da imagem – ela tem de fazer sentido, não só esteticamente, claro. O jogo de cores e contrastes, assim:



“A imagem fotográfica tem sempre duas realidades, a primeira e a segunda, que é a aparente, a que se dá primeiro. Por meio dela se chega à primeira realidade, que é a história daquela imagem”.
Boris Kossoy




Outras Leituras: Fotografia como o enquadramento, também são elementos levados em conta numa análise estética”, pondera Martins. O primordial, porém, é sempre a informação, ressalta. Cartier-Bresson, considerado o pai do foto jornalismo, sem dúvida possuía especial talento para congelar o momento em que a importância de um tema se torna exposta por meio de forma, conteúdo e expressão. “A fotografia por si só não me interessa, mas a reportagem sim, a comunicação entre o mundo e o homem com este instrumento maravilhoso do tamanho da mão que nos faz passar desapercebidos. E assim participamos”, resumiu, certa vez, Cartier-Bresson, que durante toda sua vida profissional utilizou uma discreta e silenciosa Leica 50. E foi fiel a uma única lente, a de 50 milímetros.



Pedagogia da Imagem

A principal qualidade de uma foto, diz o professor Arlindo Machado, é a sua capacidade de nos “dizer” algo que ainda não sabíamos sobre o mundo. “E isso não tem nada a ver com a qualidade técnica da fotografia, em termos de resolução, nitidez e fidelidade das cores.” Uma boa foto, segundo o especialista, é como um bom texto verbal: “Deve ser inteligente, deve acrescentar algo à nossa compreensão do mundo, deve surpreender pela sua capacidade de conseguir nos fazer ver o que antes nunca tínhamos conseguido ver”.

O professor não tem como ignorar o papel que a linguagem audiovisual representa na nossa sociedade. A tecnologia mudou a relação das pessoas com a imagem, portanto, é mais do que necessário que a escola faça uma reflexão pedagógica a respeito da linguagem audiovisual. Para tanto, é fundamental desenvolver, na sala de aula, atividades que trabalhem os mecanismos de tratamento e de recepção crítica da imagem.

“A fotografia está na origem de todos os avanços técnicos, eletrônicos e informáticos: cinema, televisão, vídeo. Aprendemos a esperar por elas a cada dia nas páginas dos jornais, nas revistas; espalhadas em outdoors, invadem nossos olhos anunciando mercadorias e desejos”, diz Maria José. A pedagoga aponta a necessidade de se desenvolver uma pedagogia da imagem. “Isto se reveste de particular urgência, se considerarmos que boa parte do conhecimento que nossos alunos trazem para a sala de aula é mediado pelos meios de comunicação de massa, em que a imagem tem papel preponderante”.





Livros sobre Fotografia

KOSSOY, Boris. Realidades e Ficções na Trama Fotográfica.

Ateliê Editorial, São Paulo, 2000.

BARBOSA, Ana Mãe. A Imagem no Ensino da Arte: Anos 80 e Novos Tempos. Editora Perspectiva, São

Paulo, 2005.

HERNÁNDEZ, Fernando. Cultura Visual, Mudanças Educativas e Projeto de Trabalho. Artmed, Porto

Alegre, 2000.

KELLNER, Douglas. Lendo Imagens Criticamente: em Direção a uma Pedagogia Pós-Moderna. Editora

Papirus, Campinas, 1999.

BARTHES, Roland. A Câmara Clara. Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1984.

SONTAG, Susan. Sobre Fotografia. Companhia das Letras, São Paulo, 2004.

MACHADO, Arlindo. A Ilusão Especular. Editora Brasiliense, São Paulo, 1984.

ARNHEIM, Rudolf. Arte e Percepção Visual. Editora Pioneira-Thomson Learning, São Paulo, 1980.



Na internet

Para saber mais:

http://www.cotianet.com.br/photo/

http://www.imagemagica.org/

(ensina a construir máquina fotográfica com lata)



Para acessar material fotográfico gratuitamente:

http://www.itaucultural.org.br/

(Caixas de Cultura, Isto é uma Foto?)

http://www.artenaescola.org.br/

http://www.enricartierbresson.org/

(fotos de Henri Cartier Bresson)






Leia na íntegra e veja todas as imagens em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/2006/leituras1.pdf

domingo, 13 de junho de 2010

Casados, sempre namorados.

"Há três coisas que são maravilhosas de mais para mim, sim, há quatro que não conheço: o caminho da água no céu, o caminho da cobra na penha, o caminho do navio no meio do mar e o caminho do homem com uma donzela".

Provébios 30: 18 e 19


Homens e mulheres são muito diferentes e realmente é "maravilhoso demais" quando decidem caminhar juntos. Pesquisadores descobriram que homens e mulheres tem realidades biológicas, psicológicas e mesmo profissionais diferentes. Mesmo em situações idênticas homens e mulheres agem de acordo com seus padrões (masculino/feminino) e isso que inicialmente os atrai, depois de um certo tempo de "caminhada" pode trazer conflitos e tristezas.

Porém se tivermos plena consciência das especifidades do sexo oposto e focarmos em suprir as necessidades e não atacá-las, certamente o destino terá uma perpectiva diferente, maravilhosa e surpreendente.

Basta doses combinadas de realismo e romantismo... entre porções abundantes de respeito, parceria, compreensão, empatia, carinho, comunicação...



Pra isso uma canção linda que trata sobre a "Vida a Dois" de Gideoni Donato:



sexta-feira, 11 de junho de 2010

Sábado é dia de Vacinação!

Sábado é dia de vacinação contra paralisia infantil
Leia a matéria na íntegra AQUI



Vacinação será em duas doses. Equipes de saúde aproveitarão oportunidade para atualizar cartão de vacinação

Todas as crianças menores de cinco anos deverão se vacinar contra paralisia infantil (poliomielite) neste sábado, dia 12. Os pais deverão levar seus filhos a um dos 115 mil postos espalhados por todo o país para a primeira dose. A segunda dose será aplicada dia 14 de agosto. A vacina é oral, e mesmo quem já tomou antes deve participar.

O Zé Gotinha, personagem da campanha, veste este ano a camisa da seleção brasileira, aproveitando o clima de Copa do Mundo. O slogan é “Vacinou, é gol”, lembrando a importância do país continuar livre da poliomielite. Desde 1989, o Brasil não registra nenhum caso, mas ainda existe o risco da doença vir de um país estrangeiro.

Serão disponibilizadas cerca 24 milhões de doses para esta primeira fase, e mais 24 milhões para a segunda, em agosto. Serão mobilizados 350 mil profissionais e 42 mil veículos terrestres , marítimos e fluviais. A meta é imunizar, na primeira etapa, 95% das crianças menores de cinco anos, ou 14,6 milhões.

Gripe H1N1 – O Ministério da Saúde recomenda que cada município adote estratégias, de acordo com a realidade local, para vacinar os grupos que ainda estão com baixa cobertura. No caso das crianças de 2 anos a menores de 5 anos, muitos municípios aproveitarão a primeira etapa da campanha nacional contra a paralisia infantil para imunizar as crianças que ainda não se vacinaram contra a gripe H1N1.

Nos municípios que irão vacinar as crianças contra a gripe, junto com a imunização contra a pólio, as vacinas contra o vírus H1N1 só estarão disponíveis postos fixos de vacinação (postos de saúde, por exemplo) e não nas unidades volantes. A orientação para os pais ou responsáveis é que procurem informações junto à Secretaria de Saúde do seu município para saber sobre locais de vacinação, horário de funcionamento e disponibilidade da vacina contra a gripe H1N1 para as crianças.

Já é praxe que nos dias de campanha contra a pólio as equipes de saúde aproveitem para atualizar o cartão de vacinas da criança, contra doenças como coqueluche, sarampo, difteria, rubéola, tétano e rotavírus. A atualização de outras vacinas também ocorre apenas em postos fixos. Em geral, tomar duas ou mais vacinas no mesmo dia não oferece risco à saúde das crianças. Na dúvida, pais ou responsáveis devem consultar um médico.

É importante lembrar que, após tomar a vacina, o organismo leva até 14 dias para estar totalmente protegido. As pessoas devem procurar a Secretaria de Saúde do seu município para buscar orientações sobre dias e horários de funcionamento dos postos.

Outro ponto importante é sobre a vacinação diferenciada das crianças, que precisam tomar duas meias doses da vacina, para garantir uma imunização completa contra o vírus da gripe H1N1. A segunda dose deve ser tomada 21 dias depois da primeira. Neste caso, se a criança tomar a primeira dose no dia da campanha da paralisia infantil, os pais e responsáveis devem ficar atentos para levá-las aos postos novamente, para a segunda dose.

Poliomielite no Brasil



A situação da poliomielite no Brasil
(http://saude.hsw.uol.com.br/poliomielite4.htm)


­­A poliomielite foi considerada erradicada no mundo e no Brasil em 1994, 19 anos depois de a epidemiologia da poliomielite ter começado a ser estudada no Brasil. Até a década de 1980, como a cobertura vacinal era muito baixa, a poliomielite era muito freqüente no país (em torno de 2.300 casos por ano). A partir de 1980, o Brasil passou a utilizar a estratégia das campanhas de vacinação com mudança desse quadro. O número de casos confirmados começou a cair muito acentuadamente a partir do início da década de 80 chegando a 45 casos notificados, em 1983. A mortalidade também caiu bastante e a letalidade (número de casos que morreram entre todos os que apresentaram a doença) ficou em torno de 14%.­
­­Em 1986 ocorreu uma epidemia de poliomielite pelo poliovírus tipo 3 na Região Nordeste. A investigação epidemiológica mostrou que o problema estava na vacina contra o sorotipo 3 utilizada na época e que não fornecia proteção suficiente contra esse sorotipo. A vacina foi modificada com aumento da sua eficácia. A partir desse ano o objetivo foi o de erradicar a transmissão autóctone do poliovírus selvagem no país como já havia acontecido em outros países. A última vez que o poliovírus selvagem foi isolado no país foi em março de 1989.

As grandes campanhas de vacinação no Brasil são feitas com a vacina Sabin que também faz parte do calendário básico de vacinação das crianças no país. O esquema preconizado consta de:




  • três doses básicas, no segundo, no quarto e no sexto mês de vida,


  • um reforço seis a doze meses após a terceira dose e


  • outro aos cinco ou seis anos de idade.

A vacina utilizada é a vacina oral de vírus vivo atenuado, contendo os três sorotipos do poliovirus. A vacinação de indivíduos imunodeprimidos deve ser feita com a vacina de vírus inativado.
Complementando a vacinação de rotina, o Ministério da Saúde promove anualmente, desde 1980, dias nacionais de vacinação contra a poliomielite, vacinando as crianças menores de 5 anos, independente das doses anteriores, objetivando, além do aumento da cobertura, a disseminação do vírus vacinal na comunidade.

Notificação de casos


Qualquer caso suspeito de poliomelite deve ser notificado, imediatamente, ao serviço de Vigilância Epidemiológica da região onde o paciente foi atendido ou à Central de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde (telefone 0800 55 54 66). Isso inclui todos os casos de paralisia flácida aguda em menores de 15 anos e, em pessoas de qualquer idade, quando a suspeita diagnóstica for poliomielite.

Deve-se fazer uma investigação cuidadosa junto aos familiares com o objetivo de levantar dados da história, sinais e sintomas iniciais, antecedentes de vacinação e evolução do caso. É fundamental obter informações referentes a contato com casos semelhantes e a viagens realizadas nos últimos 30 dias antes da instalação da paralisia. Há risco de reintrodução do poliovírus selvagem, devido à ocorrência de casos em países com grande fluxo migratório para o Brasil, por isso há necessidade de investigação de casos suspeitos de pessoas vindas de paises onde a poliomielite não foi erradicada.

Cuidados


­A vacina Sabin não deve ser administrada aos indivíduos com imunodepressão grave, pois há relatos de disseminação do poliovírus atenuado podendo levar à instalação de paralisia até 6 meses após a administração da vacina oral.

Indivíduos normais podem excretar o poliovírus atenuado em suas fezes até 4 a 6 semanas após terem recebido a vacina oral contra a poliomielite. Recomenda-se, por isso, que os imunodeprimidos e seus contactantes sejam vacinados com a vacina inativada de potência aumentada contra a poliomielite (VIP). Se um contato domiciliar de pessoa portadora de imunodeficiência for inadvertidamente vacinado com a vacina oral, deve-se evitar o contato físico com o indivíduo imunodeficiente por, pelo menos, 4 a 6 semanas (período máximo de excreção viral).

No Brasil e em países onde são realizadas as campanhas anuais de vacinação contra a poliomielite é praticamente impossível evitar o contato com indivíduos recentemente vacinados com a vacina oral. Assim sendo, recomenda-se redobrar os cuidados com as medidas de higiene, para evitar que os imunodeprimidos entrem em contato com pessoas que receberam a vacina Sabin.



Sabin e a vacina oral­

­A vacina oral contra a poliomielite foi criada por Albert Bruce Sabin, médico e microbiologista polonês naturalizado americano. Sabin foi o primeiro pesquisador a demonstrar o crescimento do poliovírus no tecido n­ervoso humano fora do corpo. Foi ele que, em 1939, invalidou a teoria de que o poliovírus entra no corpo pelo nariz e pelo sistema respiratório, demonstrando que a poliomielite humana é uma infecção do trato digestivo.
Sabin defendia que o vírus enfraquecido e vivo da polio, ­administrado oralmente, daria imunidade por um longo período de tempo. Em 1957, ele isolou cadeias atenuadas de cada um dos três tipos do poliovírus (não eram fortes o bastante para produzir a doença, mas eram capazes de estimular a produção de anticorpos), e começou os experimentos com a administração oral dessas correntes atenuadas.
Os testes humanos com a vacina oral foram feitos com a cooperação de cientistas no México, na Holanda e na União Soviética e, após ficar provada a eficácia da vacina oral contra a polio, três anos depois ela foi aprovada nos EUA como a principal defesa mundial contra a doença.







Fonte: Enciclopédia Britannica

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Música por "guris"


Um pedacinho só de "os dedinhos"

Ontem fui a uma apresentação das crianças do "Projeto Guri" do pólo de Jundiaí, foi muito lindo, gostei muito e até meu filhinho que não tem 3 anos ainda aproveitou muitíssimo, aplaudiu... pq eram músicas super apropriadas ao público infantil!


Pensando no valor dos projetos sociais e também na importância da música para todos nós,  decici postar aqui  algo sobre esse projeto principalmente porque não é voltado somente às crianças (socialmente) carentes, mas é aberta a todas às crianças em idade escolar que estejam regularmente matriculadas em qualquer escola, seja ela pública ou privada, afinal,  todos precisam e merecem ter uma boa educação musical
A Associação Amigos do Projeto Guri (AAPG), é uma organização social de cultura, atua desde 2004 na gestão do Projeto Guri, por meio de uma aliança estratégica com a Secretaria de Estado da Cultura. A AAPG busca promover, com excelência, a educação musical e a prática coletiva de música, tendo em vista o desenvolvimento humano de gerações em formação.

O Projeto Guri, principal iniciativa da AAPG, existe desde 1995. O Guri é um projeto socioeducativo que oferece continuamente, nos períodos de contraturno escolar, cursos de iniciação e teoria musical, coral e instrumentos de cordas, madeiras, sopro e percussão. Atualmente o Projeto Guri atende cerca de 40 mil alunos em 301 municípios do Estado de São Paulo. Além do Governo do Estado – seu principal parceiro mantenedor – a AAPG conta com o apoio de prefeituras, organizações sociais, empresas e pessoas físicas.


O que é oferecido:


Oferecem, gratuitamente, aulas de instrumentos de cordas, cordas de arco, sopros, percussão e canto coral, proporcionando aos alunos o contato com valores implícitos no ensino musical, dentre eles a concentração, a disciplina, o trabalho em grupo, o respeito às diferenças e a apuração da sensibilidade.

Visite o site do Projeto e obtenha mais informações!


Se é músico ou educador e gostaria de trabalhar no projeto, veja a lista de vagas:


Se deseja obter informações sobre bolsas de estudo e jovens talentos, clique:



09/06/2010 _Teatro Polytheama _ Inauguração de Parcerias _Projeto Guri.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Declaração de amor: Só podia ser você




Te amo Honey!

Para casais... as cinco linguagens do amor.

"As 5 linguagens do amor"

Tenho esse livro e recomendo para casais (namorados ou casados) e também para aqueles que estão "single" ainda  mas que desejam expressar o amor que sentem e ser bem sucedidos nas suas manistações de amor.
O livro revela que a causa de alguns "desencontros" é causado pelo inocente pensamento que as pessoas "demostram o amor da mesma maneira"  ou que não são amadas porque não receberam  o amor da forma que necessitava ou esperava... então...

O autor afirma que  o amor não tem uma linguagem universal, explica as pessoas expressam e recebem manifestações de amor de diferentes maneiras, que ele denomina "linguagens do amor".

As cinco linguagens do amor, muuuuuuuito bem explicadas e exemplificadas  no livro são:



• Palavras de afirmação

• Tempo de qualidade

• Presentes

• Atos de serviço

• Toque físico



As cinco linguagens do amor mostram por que só nos sentiremos realmente amados e compreendidos quando a pessoa amada nos expressar seu amor através de nossa linguagem única. Aprendida na infância, ela sensibiliza e alcança, de maneira poderosa e plena, nosso jeito especial de nos sentir amados.

Para descobrir a sua linguagem do amor predominante   e a linguagem predominante dio seu amor... então leia o livro, se puder compre, porque é um ótimo investimento pessoal!!







As cinco linguagens do amor
autor: Gary Chapman
editora : MC

 
 
 
 
Disponível em várias livrarias (inclusive via internet).
Hot site do livro, clique aqui!